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ECOLOGIA CON SENTIDO
SANTUÁRIO DE TRANSIÇÃO
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SANTUARIO DE TRANSIÇÃO
Experiência Coletiva Orientada por um Projeto
Um lugar para pesquisa, design, fruição e expressão.
Sinto que estamos reinventando nossa presença no mundo, refinando nossas ferramentas de conhecimento para incluir mais arte, mais complexidade, mais interconexão e consciência da nossa interdependência, que nos leva a escolher um grupo preferido para desenvolver talentos e recursos.
Estou dedicando 10 hectares desta fazenda, em minhas mãos desde 1973, uma RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural desde 2000, para uma Experiência Coletiva Orientada por um Projeto: um habitat para Pensar, Fazer e Ser conjuntamente, a fim de manifestar a presença humana de modos que honre a vida e celebre o pertencimento.
Paraiso para mim é bem-estar, viver bem num lugar, belo e natural que facilite uma presença criativa e harmoniosa nas suas quatro dimensões pessoal, social, profissional/ambiental e espiritual... conforto, cuidado, aventura, aprendizado, relacionamento intimo consigo, com os outros, com o local, com seu tempo.
O resultado desejado seria criar um “plano, ecológico, arquitetônico e agrícola, significativo para esse lugar”.
O desafio é como unir o lugar, respeitando seu passado, às ideias transformadoras que refletem as necessidades ecológicas, humanas e outras provenientes do futuro. Como conectar saudavelmente o passado e o futuro desta terra aqui e agora? Todos recheando com suas melhores partes uma nova forma de estar no mundo, mais transparência, mais confiança em si e no processo coletivo mais maduro, com governança compartilhada, apoio com sentido; entender a inter-relação entre tudo e responder com a alegria da presença; achar a medida certa pra o momento, e o valor do fazer com as próprias mãos.
Acho que nossa força está em compartilhar, enriquecer e modelar uma visão de mundo eco competente, que aprende com o lugar, fazendo junto; ultrapassa os limites com a força do sonho comum; imaginando um design social de uma conscência evolucionaria mais amadurecida; que começa por escutar o espirito do local.
Anexo artigo do John sobre Goethe, que me foi de grande inspiração. Ele preconiza uma atitude receptiva de “escuta”. Na realidade, Goethe acrescenta mais um instrumento de alta precisão a essa moderna caixa de ferramentas científica. Ele acrescenta a si próprio. O pesquisador tenta entender o que o sistema inteiro está “dizendo”, para alcançar intuitivamente o Genius loci – a vocação do lugar. “Cada ato de olhar se torna uma observação, cada ato de observação, uma reflexão, cada ato da reflexão produz associações; assim, fica evidente que teorizamos cada vez que olhamos o mundo cuidadosamente. A habilidade de fazê-lo com clareza de mente, com autoconhecimento, de um modo livre, e com ironia, é uma habilidade que necessitaremos para evitar as armadilhas da abstração e atingir os resultados que desejamos, resultados que poderão servir para aplicações práticas na vida”. A intuição não substitui a observação exata e o pensamento claro. Ela os informa. Desse modo, o pesquisador (nós, leigos, mortais) procura “vivenciar” as relações entre as partes. E o fazendo, talvez possa começar a sentir o que é “certo” para o lugar, o que ele “necessita”, qual sua “intenção”.
Como transformar esta semente/projeto em uma experiência pedagógica coletiva com registros da paisagem natural e mental. Que tipo de trilhas queremos demonstrar? “If people live in a place long enough, the quality of the place enters into the substance of their lives” Rene Dubois “Celebration of Life”
Talvez possamos implementar uma estória PPPP: pesquisa, proposito, preservação, prazer. Ajudar a criar modelos para uma nova civilização, escolher nossas melhores sementes e aguá-las, cultivá-las com presença e alegria, refinar nosso senso de excelência, “fazer nosso melhor e um esforço a mais pelo belo”.